quarta-feira, 29 de abril de 2009

Roubo à psique armada!!

Segundo a wikipedia: ’Roubo é o ato de subtrair coisa móvel alheia, para si ou para outrem, mediante grave ameaça ou violência a pessoa…’

Já todos ouvimos histórias de pessoas que foram roubadas com facas, seringas, pistolas, fisgas, físicos herculeanos, grupos grandes, putos minúsculos com amigos escondidos, canivetes… bem a criatividade humana é grande, mas quase todas têm o mesmo em comum… a violência, seja física ou psicológica. Bem ontem dia terça-feira dia 28, conheci uma nova ciência de roubo. Bem não é bem nova, mas não muito comum, nem cá nem aí, pelo menos nos moldes que a experienciei, que no meu caso foi a forma mais soft (lucky me).

Estava eu sentado num qualquer parque desta bela cidade; Buenos Aires (e sim continua a ser linda e sim aconselho a quem puder), bem no centro cheio de pessoas, a ler um belo livro e a ouvir a minha musiquinha, quando de repente, sem mais nem menos, todos os pombos (eram muitos, acreditem) levantam voo sem aparente razão e começam a voar em círculos e a bicar algo… parecia alguém que estava deitado na relva ao pé. Agarrei logo na minha máquina fotográfica, em modo vídeo, e desatei a filmar. Estava quietinho a filmar até que… uma pomba arranca-me a máquina fotográfica da mão (uma pequena que comprei cá) Em pânico e sem saber o que fazer, olho incrédulo reparando na expressão esbugalhada de um casal que estava ao meu lado. Desato a correr tentando acompanhar o voo, á primeira vista aleatório… realmente o estúpido do bicho dava voltas e voltas com a minha máquina pendurada numa das patas mas um pouco mais de atenção e os círculos não eram concêntricos… lentamente afastavam-se de mim, para o outro lado do parque. Fui seguindo os seus movimentos, em pânico, com mais 3 amigos de ocasião por tão estranho acontecimento. Já no outro lado do parque, não é que a pomba para numa varanda, e deixa a maquina lá ?!?!? Fui indagar e era um edifício público de acesso restrito, em que só xptos do governo e outras coisas semelhantes podiam entrar. Num espanholes macarrónico lá tentei explicar esta história surreal, que nada mais fez que entreter os guardas durante algum tempo.
Não foi nada disto que aconteceu, tinha que espairecer a cabeça e lembrei-me disto!

O que realmente aconteceu:
Estava sentado nesse banco desse qualquer parque a ler esse livro e a ouvir essa música, tranquilamente, e realmente estavam lá muitos pombos a rasar cabeças, mas eles não são para aqui chamados nem tão pouco pupilos do Alfred Hichcoc.
Estava mesmo entregue ao livro, perdido no espaço e no tempo.
Oiço um balbuciar ao meu lado, o qual tento ignorar – deixa-me ler em paz, falei eu com os meus botões - Bla bla horas bla …. Ah quieres las horas? São 4:20 (sem tirar os phones), Tava na minha, queria continuar na minha e devia ter estado na minha!!!

- Bla bla bla português ?
-ãh ? tuga ? deu para tirar um dos phones e prestar um pouco mais de atenção. Ao meu lado sentara-se Alfred hichcoc him self !! naaa, estava um gajo no máximo com 40 anos, com botas de tracking aparentando ser um mochilero(backpacker cá), tal como eu (sou, mas em breve sairei do casulo e numa borboleta me transformarei – aquando as minhas asas chegarem – AKA Mota).
Mais algumas palavras trocadas, e o segundo phone, consciencializando-se da sua inutilidade momentânea, retirou-se também.

Acontece que Carlos era um tipo porreiro. Espanhol, naturalizado na Venezuela, seu país nos últimos 30 anos. Gosta de viajar, tinha estado há pouco tempo no Chile, Peru, Colômbia, Equador e tinha amigos espalhados. Se havia ainda metade do meu Cérbero que frequentava o mesmo espaço e tempo antes dos phones terem ido dormir, agora estava todo presente no ‘aqui e agora’.
Bla bla, conversas daquelas de backpackers, se bem que por experiencia própria, sou sempre um backpacker até que me provem o contrário.

Muita conversa e algumas gargalhadas depois, fiquei a saber que estava a viajar com 2 venezuelanas ‘mui lindas’ segundo ele, que tinham ido às compras e que agora estava a queimar tempo!! Foi o click; não como alguns devem já estar a pensar; das Venezuelanas ; mas aquela sensação de been there, done that (memorias que remontam a minha primeira fase viajistica por acá com as chicas).

- Jogas snooker ? ai dicho el
- yo ? soi un nabo mas ya ai iugado.
-aceptas un partido e una cerveza ?

Os phones dormiam profundamente o livro não ia a lado nenhum, o cérebro tinha descido à terra por isso:
- y porqué nom ? bamosnos.

De rumo incerto (yo) seguindo Carlos, lá vamos rindo e trocando ideias. Gajas… igual e conversa universal em todo o lado sempre com direito a muita risota, gripe dos porcos, dicas de países já passados para (él), mas futuros para mim, viagens, costumes e culturas…
Volvidos 20 minutos e chegamos aquilo que em Portugal seria a típica tasca. Mesas toscas de madeira, empregados carrancudos; o verdadeiro ti Jaquim daqui da zona (desculpem os Joaquins), ao fundo umas 30 mesas de snooker, velhas para não destoar.
Lá nos dão uma mesa, as bolas, escolho um taco, uma cerveja é pedida.
Mal o gajo dá a primeira tacada, percebi logo que estava feito, era claramente um pró. Venham as jolas, que tão afamam os tugas que eu já te digo.

A cerveja (1 litro) chega, 2 copos e umas coisas salgadas para aguçar a sede. Pedimos ao todo 3 garrafas de cerveja, o que me deu 4 copos mas para aí umas 10 idas à casa de banho.
Não sei porquê mas ele ganhou todos os jogos que me lembro. Quando ia no quarto copo…


Estava eu sentado num qualquer parque desta bela cidade; Buenos Aires (e sim continua a ser linda e sim aconselho a quem puder), bem no centro e cheio de pessoas a ler um belo livro e a ouvir a minha musiquinha, quando de repente, sem mais nem menos, todos os pombos (eram muitos, acreditem) levantam voo sem aparente razão e começam a atacar os transeuntes…’
(brincadeira….)


Agora a sério!!!!
A verdade é que o Carlos não era um gajo porreiro e pôs aquela droga que usam para roubar rins, violar mulheres, sacar informação a espiões e terroristas… Não sei como se chama, sei é que acordei hoje de manhã, felizmente com 2 rins mas sem 200 € que tinha de reserva, 500 pesos que tinha para pagar o hostel, e 600 pesos foram levantados da minha conta… POR MIM (não me tirou o cartão) e sem a minha máquina fotográfica pequena que tinha comprado há alguns dias (das mais baratas, ao menos isso). Não me lembro absolutamente de nada depois de ter bebido os estúpidos 4 copos de cerveja.


De manhã estava completamente zonzo, desorientado. Fui falar com a recepção do hostel, mas quem no turno da noite ainda não tinha chegado. Decidi então ir à polícia para apresentar queixa. Ao ver um na rua, no meu já dito macarronês, fui encaminhado para a esquadra dos turistas, não me lembro do nome exacto, mas a verdade é que têm uma… estranho. Encontrei a Sandra, uma ex dormidora de hostel californiana não infectada, à qual contei tudo e gentilmente me acompanhou. Com muita ajuda da Sandra, lá encontrei a esquadra e expliquei o sucedido. O Sôr agente da autoridade foi tão simpático como inútil. Para simpatia inútil já me chegam os taxistas…. Segundo o tal Sôr agente da autoridade, especialista em turismo (?), crimes sobre turistas(?), ou turistas criminosos, não percebi bem, tinha que saber onde tinha ocorrido o ocorrido para saber qual a esquadra onde reportar o ocorrido; ou seja ele não era especialista em crimes sobre turistas… restam as outras duas ou outra qualquer que não atingi.

Dado o estado nervótico, fui almoçar com a Sandra antes de continuar com a minha demanda. A desgraçada, enquanto esperou por mim à entrada da tal esquadra anti-turistas foi ouvindo queixas e mais queixas de roubos, curiosamente todos relatados por conterrâneos seus.
Sandra segue para a sua aula de spanglish, cheia de medo (Good Luck Sandra) eu a minha demanda (good luck Rodrigo).

Como é do conhecimento comum, as drogas levam tempo a serem eliminadas do organismo, umas mais que outras. Tentei encontrar o sítio do snooker, mas estava totalmente perdido, confuso, desorientado, sem noção de tempo, falava lentamente, passava várias vezes pelo mesmo sítio sem perceber (ok agora podem vir as piadinhas da viagem ao douro…) isto a pé e numa zona centra que estou farto de conhecer.

Muito tempo e várias perguntas depois lá esta o local do crime ‘La academia’ na avenida Callao. Entrei perguntei se me reconheciam… não deu em nada, nem a mim nem ao ‘Carlos’.
Ainda fui a outro polícia de rua para me dizer qual a esquadra, agora que sabia o local do crime, o que se revelou doloroso, demais até… juro, não conseguia orientar-me, fora de brincadeiras, estava mesmo mesmo desorientado como nunca tive. Decido sentar-me para ver se passava… acabei por vir para o hostel, que em condições normais demoraria 15 min, demorei mais de uma hora e tive que perguntar… mais que uma vez.

No hostel já cá estava o empregado que me tinha visto, disse que cheguei sozinho entre as 11:40 e as 12:30, que tinha noção que tinha sido roubado, mas que não dizia coisa com coisa.

Isto foi o que aconteceu!!! (apesar de dar tom de brincadeira aconteceu mesmo)

segunda-feira, 27 de abril de 2009

Porto de Iguazu – viagem às cataratas

Mais ou menos 1000 km de distancia… já tivemos no sul, agora estamos quase no centro e a ideia é irmos para o porto de iguazu ?? a Argentina ainda é grande mas bora é aproveitar.

Era mais ou menos este o tom de conversa entre as chicas, todas elas em sintonia… siga para bingo. Alguns estudos precários na net e foi escolhido o meio de transporte. Como não há comboios e as distâncias são grandes; a alternativa de viajar muitas horas por longos períodos de tempo, isto é, pelas belas mas mal tratadas estradas argentinas de forma confortável, surge o conceito coche cama.
Como o nome sugere, coche cama é um autocarro altamente sofisticado, de dois andares, em que em vez das tradicionais cadeiras, há umas confortáveis poltronas, tal como na primeira classe dos aviões. Reclináveis 180 graus, até dá para dormir de barriga para baixo (não é Ana?). Tal como os aviões, também são servidas refeições a bordo, no nosso caso, um jantar e um pequeno-almoço. Mais uma vez, tal como nos aviões, passam filmes, não dobrados, e recentes (não é Rita?). Quando digo tal como nos aviões, não estou a falar da classe turística, aquela em que umas pernas como as da Ana ou dos Vassalos, chegam a tocar 3 filas mais à frente…não, estou mesmo a falar de verdadeiras poltronas como imagino que haja no piso superior de um 747! Agora perguntam e será muito caro? A resposta é… não!! 200 pesos (+- 40 €) por uma viagem de 16 horas e 1000 km’s… que luxo...

Jantar, não era grande espingarda, uns tortellini gigantes, talvez por ser 6 feira santa... se não seria um Lomo, de certeza.



Posição cama! Juro que a Ana chegou a dormir de barriga para baixo.


Antes da dormida, bla bla bla bla....


instruções para se transformar a poltrona em cama.


cada lugar tem a sua privacidade, pode-se ficar fechado no cubículo de curtinas.



posição ready to sleep

quinta-feira, 23 de abril de 2009

Buenos Aires Again!! (versão mt resumida)

Está visto e é para voltar, a patagónia é brutal!! Quando tiver a mota, vou voltar, prometido, alias porque tenho que apanhar lá a famosa Ruta 40!

Voltamos para Buenos Aires, para experimentar a noite, desta vez uma disco. As chicas tinham umas dicas de quem já tinha experimentado. Puerto Madero era o destino, não me lembro do nome da disco. Puerto Madero é uma espécie de expo nossa. Área antes velha, reabilitada com restaurantes, cafés e casas novas… tal e qual a expo.

Ao chegarmos, deparamo-nos com um restaurante todo chique, ou a armar em… disco ?? Onde esta a disco? Quando começamos a levar com cadeiras e mesas que os empregados transportavam em cima da cabeça, percebemos… restaurante em 20 min convertido em pista.

Las chicas:

O que estavas a fazer Rita ?



A Ana no seu melhor... como sempre! (não, não estavamos bebados, só bem dispostos)

Los quattro:




Mais

Ambiente:

Há muito mais, mas estão censuradas....

sábado, 18 de abril de 2009

Perito Moreno

Às 9 no bus. Esperava-nos 1:30 de estrada. Bom alcatrão vista inacreditável. O tour começa com um passeio de 2 km por um passadiço em frente ao glaciar, onde apanhamos e filmamos uma parte a cair, o som é indescritível.
em pleno glaciar:
No fim, esperava-nos esta mesa com garrafas de wiskey, com gelo tirado a martelada directamente do glaciar:

Nós os quatro e mais uma amiga recem feita espanhola:

Os crampons artesanais que tinhamos que atar aos sapatos, não transmitiam grande segurança, verdade seja dita.

estava uma ventania...




I'm the king of the world?? guess not!




fotografia da parte do gelo antes de cair, não encontro a pós caír, mas há filme !!!



Os 5 de novo...



As chicas...


Na realidade, o glaciar tem 257 km quadrados enquanto buenos aires tem 250 ... segundo vi algures, B.A. tem 11 milhões de habitantes, não é propriamente pequena.


Mais perito moreno é inacreditavel mesmo!




Agora a melhor parte:

Não é todos os dias que se vê um bocado tão grande de gelo a caír, quanto mais apanhar em video: Mesmo impressionante, só para terem uma ideia, a parte da frente do glaciar tem 55 - 60 m de altura:


segunda-feira, 13 de abril de 2009

El Calafate

Chegada ao aeroporto:

As chicas tiveram espera de luxo:



3:30 horas depois… várias esfregadelas de olhos seguidas, algumas chapadas auto-infligidas… não, não estou a sonhar, é a mais pura das verdades, lá estava a patagónia, aquele lugar mágico que quem viu nunca irá esquecer, e que foto alguma fará justiça suficiente… Conseguia ver trilhos de terra intermináveis a serpentear no meio da cordilheira, lagos de um azul eléctrico inacreditável, as tonalidades dos verdes secos da vegetação a contrastar com os amarelos torrados do solo e castanhos das pedras… foi aqui que comecei a ter noção da viagem que me espera. Imaginei-me logo a cruzar aquelas estradas, sozinho, na mota… foi uma sensação indescritível… um calor enorme, como se me tivesse apaixonado, acho mesmo que me apaixonei!



Chegamos ao hostel, muito simpático, fomos logo recebidos com grandes sorrisos, mesmo muito simpáticos. O hostel tem um vistão, aqui não dá para ver muito bem, mas é um vistão!





Demos uma volta pelo centro e marcamos um tour de jeep pelas montanhas e um mini tracking de 2 horas pelo glaciar de perito moreno para o dia seguinte. Partíamos as 5 pm, montanha a cima, com jantar parridja (parrilla, mas os argentinos dizem dj no duplo L) incluído. Mui bueno, mui bueno!





sábado, 11 de abril de 2009

Patagonia

Decidimos que tínhamos que ir à Patagónia, mais precisamente ver o glaciar de Perito Moreno, um dos pontos altos da argentina. Eu ia de qualquer maneira, quando a mota chegasse, mas o inverno está à porta, começa a ser complicado esperar um mês… Vamos juntos! Quando começamos a ver as alternativas para irmos tínhamos: camioneta algumas 40 horas para ir e 40 horas para voltar… ummm eu tenho tempo, mas elas… avião: 3:30 horas de voo; sim é assim tão longe. Lá marcamos o voo para dia 7 saía às 6 a.m pela net.


Chegando ao aeroporto Jorge Newbery, o mais central, soubemos que tinham as nossas reservas registadas mas não estavam confirmadas, e já não havia lugares nesse voo. E agora?! No aeroporto cheios de sono, o que reduzia drasticamente a capacidade de decisão, sem hostel, sem saber se nos tinham cobrado os bilhetes comprados na net com visa, com o outro voo em pouco tempo com partida do Aeroporto de Ezeiza que fica na outra ponta da cidade… Ok, vamos, força, ligar para um taxista que nos tinha dado o nº, comprar os bilhetes, correndo o risco de o fazer pela segunda vez, atravessar Buenos Aires em tempo recorde com uma probabilidade grande de não chegarmos a tempo… stress, isto tudo às 6 am. Acabou por correr tudo bem, chegamos a tempo a todo o lado, apanhamos o avião e não pagamos duas vezes os bilhetes. Agora dormir…
Á porta do aeroporto depois de comprarmos os bilhetes, pela segunda vez...

A Ana e a Catarina ... tinham acabado de cantar, o que me deu tempo para ouvir umas musicas no ipod.

Eu e a Catarina no avião...

quarta-feira, 8 de abril de 2009

La Bomba II

Passseio por Buenos Aires antes de irmos à Lá Bomba para queimar tempo:



Uma fonte para não deixar queimar tudo:



Disseram-nos para lá estar entre uma hora e uma hora e meia antes sob o risco de não conseguir entrar. Chegamos lá e uma fila que dava a volta ao quarteirão. Mas como quaisquer tugas que se prezem, 3 palavras com o segurança e deixou-nos passar à frente, só para comprar o bilhete, visto ainda não estarem a deixar entrar ninguém que já o tivesse. 10 Minutos e uma litrosa depois, a fila já estava a entrar, ainda não conseguíamos ver o fim, mas lá está, como bons tugas que somos, desta vez deixaram-nos entrar só para entrar, porque já tínhamos bilhete. (ou seja a razão da fila foi convenientemente inversa às nossas necessidades). É então que nos deparamos com aquilo que já nos tinham dito ser inesquecível… Lá Bomba de tiempo, não me canso de escrever este nome: La Bomba, Lá Bomba… ai o suspiro que me vem da alma…


Quase todas as segundas feiras na Ciudad Cultural Konex. É um género de jam session de precursão. Começa as 7 da tarde e acaba lá para as 11, 15pesos(3€) uma litrada de cerveja, grande ambiente, sem palavras. Tenho a certeza que iria ser um sucesso em Lisboa! (fica prometido um video, quando tiver largura de banda para o uploadar!

fotografia classica:


Balde para aquecer:


Mais um:


...outro...


Um final em grande:



terça-feira, 7 de abril de 2009

Sangue Latino (AKA lá bomba)

Nem sei como começar. Todas as palavras, por mais que reflicta vão parecer pequenas, insignificantes. Bem, uma coisa de cada vez. Ontem acordamos às 09:30 com muito esforço, o esforço do costume. Não porque tivéssemos ensonados, antes pelo contrário, excesso de dormida. Fizemos uma promessa solene entre os 4, que hoje íamos acordar tarde, Buenos Aires vive, mas só vive no seu esplendor pela noite dentro. Voltas e mais voltas pela cidade, encontramos uns amigos da Ana e da Catarina, o Manel e o Gonçalo, tugas a tentarem a sorte Argentina. Uma tarde simpática, com alguma cerveja à mistura, mas tudo se revelou uma espera pela… bem , pela… Lá Bomba! Fica só um teaser.

segunda-feira, 6 de abril de 2009

dia 1 (dois)...



E roda, rebola, enrola, rodopia… isto são 5 am e já não dá para dormir mais, a Ana dá o sinal que sente o mesmo… até já doíam as costas de tanto dormir.

Catarina e Rita chegam às 7º , depois do mesmo trajecto… 2 horas em Madrid, 12 horas num 747 cheio e velho. Crianças a berrar, gordos a ocupar dois lugares, sebosos, de tudo um pouco, quase galinheiro sem galinhas.

Agora somos 4 o grupo desta primeira fase da viagem está completo. Malas nos cacifos, arrancamos. La boca, um bairro muito turístico em que as casas são todas às cores, foi o destino escolhido. Muita gente nas ruas, sósias do Maradona que em troca de umas platas, deixam tirar umas chapas, bailarinas del tango, uma tanga pegada e muito ‘vendedor’ do melhor bife de chouriço, que nos obrigam a promessas vãs, ‘si vamonos dar una vuelta e já la voltamosnos’ (sorry o portutino). Vistas as cores e tudo o mais, apontamo-nos para os autocarros, rumo a uma ‘tasca’ dicada em Portugal por um tuga conhecedor e ex-local da capital. Percebemos que não há moedas na argentina, que os autocarros só aceitam moedas, logo pelo princípio do 3º excluído duma filosofia ao tempo esquecida, não havia autocarros (para quem não percebeu: não há moedas se os autocarros andam a moedas, logo não há autocarros). Taxiii vamos práli.









Que diferença… uma tasca em que em vez de virem os empregados com papelinhos nas mãos a obrigar uma promessa de sangue em como vais lá almoçar, não, deparamo-nos com um ‘porteiro’ à lá ‘discoteca-em-que-só-entras-se-fores-o-maior-do-teu-bairro’ com uns papelinhos na mão, a impedir as pessoas de entrar e a dizer ‘4 personas ?? una hora!! ‘.
Uma hora e meia depois, estávamos nós na mesma porta, mas já a sair (de dentro para fora) e de barriga cheia. Belos bifes, entre lombo e chourizo e empanadas de carne de entrada.

Como destino para o fim do dia, tínhamos decidido ir a Palermo, gentilmente apadrinhado como o bairro alto de Buenos Aires. Ummm eu não concordo, entre as lojas com bares lá no meio, os bares a venderem roupa e outras coisas, as feiras no meio das ruas… não sei não… talvez não conheça bem o bairro, talvez nunca tenha ido lá durante o dia …. Opiniões… demos umas voltas, bebemos umas jolas, andamos muito, e mais muito, e mais muito, acabando no fabuloso hostel. Eram 11 e a maioria dormia.

domingo, 5 de abril de 2009

El vaipe...la estrada fora!

2-04-09 / 03-04-09
Nervos é o que posso dizer deste dia. Vão já uns meses valentes desde que tomei a decisão de fazer a viagem. Falo dela como quem fala vou ali e já volto, mas esta não é um vou ali e já volto, não só porque buenos aires não é ali, também porque não volto já! Por isso decidi que não ia ser uma noite normal de chegar a casa a horas decentes e descansar para a grande viagem. Conclusão, noitada copos com os amigos e dormir uma hora ou duas… tenho 12 delas para dormir no avião. Bairro conversas, demasiados copos levaram a deixar o carro lá no bairro e ir para casa de táxi; foi o primeiro erro.

Acordado, olhos bóia, encarnados à lá carneiro mal morto, enfiado no taxi, rumo à cena do crime e vem o feeling óbvio. Não foi preciso muito para o confirmar… o carro, eu ia jurar que o tinha deixado aqui, mas … rebocaram o carro!! Arrrr sacana do murphy nunca se engana e raramente tem duvidas e neste caso teve mesmo razão. Bem como não fiz a mala, tenho o gps a carregar mapas em Sintra, o avião descola às 5:40 pm não há problema, até tem a sua piada. (uma carvalhice). Delegadas as competências, fica tudo resolvido. Carro impec à porta da dona, gps na mala já feita, declarações de última hora enviadas aos respectivos necessitados entre outras burocracias tratadas e são 2 pm. Ufa ainda tenho tempo para enfrentar os nervos outra vez, se bem que não era o que mais me apetecia.

No aeroporto ia ter com a Ana, uma das minhas companhias para o inicio de viagem, tínhamos combinado às 3 nos enroladores de malas. Chego às 2:30 enrolo as malas vou para o check in. Nada … o tempo teima em não passar… 2:31, 2:31 e 2 segundos, 2:31:02 e 2 décimos de segundo… não passava mesmo.

Três em ponto e vou espreitar ao enrolador e lá estava a Ana a enrolá-la. Muito bom agora já tinha com quem partilhar os nervos (aguenta Ana). A verdade é que o relógio começou a andar! Madrid passou num instante.

Chegamos ao hostel ostinatto às 7:00 Am e resolvemos ir levantar ‘plata’ o que nos deu asas para ir ao fim do mundo. Dinheiro levantado, mapa na mão, dicas na outra e arrancamos. Ruas para cima, metros para baixo, autocarros que teimavam em não aparecer, a chuva, essa sim teimava, não convidada. 20 km foi o que devemos ter feito a pé. Tudo acabou com um fechar de olhos prematuro… no stress, tempo não faltará de certeza. Amanha chegam a Catarina e a Rita, mais duas para a guerra!