sábado, 27 de junho de 2009

Solo... Again!!

Ainda pela Bolívia, mas a solo, enfrentando todos os demónios sem costas quentes. Metade deles já estão mortos e enterrados, mas ainda sobrevivem alguns.

O pior deles é que não tenho ninguém a quem pedir fotos para por no blog!!! GRRRRR

O Owen tem o voo de volta marcado para Fevereiro de 2010, o Pete, não tem data para chegar a casa, mas aqui o Vaipe já ouve o chamamento, não por vontade mas por 'obrigação'.. tudo tem um principio, um meio e um fim.

Pela grande diferença de timmings, tivemos que nos separar, eles podem dar-se ao luxo de passar um mês numa cidade, eu não.

Talvez mais tarde nos encontraremos...

Deixei Sucre há 4 noites atrás com destino a La paz. Já me estava a sentir preso, passei 10 noites em Sucre.

Tive grandes experiências, desde o assalto que já contei, até ter conhecido uma banda de rock Boliviano, Canto del Sur, muito famosos cá, que me convidaram para casa de um deles. Foi qualquer coisa... tenho um cd autografado, dedicado e tudo!

Saindo de sucre fui para norte até aiquile (capital mundial do fabrico do charango, um instrumento típico de cá, que soa muito parecido ao cavaquinho Português) onde dormi nesta pacata vila. Apanhei o San juan, costume herdado dos espanhois, onde fazem fogueiras, atiram água uns aos outros e rebentam muitas bombinhas de Carnaval.

A estrada até aiquile foi 40% alcatrão bom (afinal há alcatrão!!!) e 60% de estrada típica boliviana com rios e tudo. Solo, no prob at all!!!

De manhã arranquei para oeste, com destino incerto. Sabia que queria ir para La paz, sabia que não chegaria neste dia e que tinha que dormir algures. Cochabamba é uma grande cidade que fica no caminho, mas disseram-me que era perigosa e não tinha nada de interesse por isso decidi não parar...

Um par de horas depois começo a ficar preocupado, nada de sítios para dormir, la paz a 300 km's, eu cansado e a noite a chegar. Paro numa terra que me parecia grande no mapa, caracollo e pergunto por alojamento...

cruzamento, esquina à esquerda, rua a baixo e la vejo o alojamento do turista... paro a mota um pouco mais a baixo e do outro lado da rua e entro num buraco com o meu traje normal de astronauta.

Mal entro, como disse, num buraco, sou 'atacado' por 5 locais bêbados, de mão estendida, a fazer perguntas em bubadês versão boliviana... quando bêbados, digo a cair de bêbados... Os dormitórios mais o ambiente, parecia saído de um filme de terror. Fugi literalmente dali e descobri que nesta terra não havia mais nenhum sitio para dormir.. FOGEE!!!

Comecei a ficar mais preocupado pois já estava mesmo lusco fusco e segundo o mapa, não havia nada grande entre caracollo, onde estava e La paz.

No mapa, vi uma cidade grande a sul de caracollo, Oruro, apenas a 40 Km's.
Voltei para trás e apanhei a estrada para Oruro (boa).

1 hora ás voltas e lá encontrei o hostel recomendado pelo Lonely planet, com um patio interior de fácil acesso para por a mota e...

Uma BMW 1150 estacionada lá.... yeahhhh

Nessa noite jantei com o Nico e com a Marina; provavelmente vamos encontrar em la paz, apesar de eles depois seguirem directo para casa do nico (já fizeram o Peru) em Quito, no Equador. Em principio já tenho casa em Quito!!!

Segunda noite, mais uma mota no hostal, desta vez um Americano numa KTM LC8. Jantamos, um grande porreirão... mas segue para sul, eu norte, por isso...

Hoje de manha arranquei tranquilamente para La Paz, onde estou agora.

Devo ficar cá uns dias, há muito para ver... depois... PERU!

quinta-feira, 18 de junho de 2009

Salar de Uyuni

Voltando um pouco atrás...
Salar de Uyuni é a maior superfície salgada do mundo! Fica situada no altiplano andino a 3.650 m de altura. Como não podia deixar de ser, fomos lá, eu e a Anne, amiga alemã que conheci em salta - argentina, o Owen o Pete e a Susi.

Levantamos-nos cedo nesse dia, tomamos um bom pequeno almoço, descarregamos as motas e siga. Nada de especial aconteceu neste dia, não tivemos grandes problemas, só falhamos a entrada/saída no fim, já quase sem sol, que deu direito a 13 Km's de uma fina camada de sal com um palmo de lama mole por baixo; e devo dizer que apesar do nervosismo inicial de andar em lama com pendura, deu um gozo extraordinário. A mota não parava de rabiar, todos os 13 Km's.

O Owen e o Pete, enquanto estavamos a andar

Capacete de parapente do Pete...

O Owen e um bocadinho da susi...

O Pete e a Susi... tavamos incredulos com tudo... a

Eu e a Anne, o capacete da Anne, foi-nos emprestado por um local, em Uyuni... foi um filme também...

Ai a careca, quase que se vê

Altamente atletico e flexivel...


Ilha do pescado, fica algures no meio de Salar, famosa pelos seus cactos. Alguns com mais de 10m de altura..

Durante o dia, estavam 8 cº, quando voltamos chegamos a apanhar -1...


Não tentem isto em casa....

À noite, de banho tomado, num restaurante a relaxar... tavamos todos...



terça-feira, 16 de junho de 2009

A Bolivaia também é linda... (soltas)

Conto só historias de assaltos, perdidos, estradas más, frio... A Bolivia também é linda, gentil, simpática, acolhedora...

Por exemplo...
Vamos a andar na rua, e muita gente cumprimenta, só por cumprimentar, um sentido e lindo holá, com um sorriso de orelha a orelha.

Num bar, aqui em Sucre, fomos 'adoptados' por um grupo de Sucreños, numa festa de anos, que nos levaram pela noite dentro!! Impecáveis, muito simpaticos/as... adoptados como amigos de longa data.

No mercado central, há sorrisos sentidos por todo o lado, conversas ocasionais, que derretem o coração mais frio...

No hostal, a Roxana, a encarregada do hostel, é tão simpatica e preocupada com os seu hospedes que chorou por uns bifes atrasados mentais, que se perderam, não disseram nada. Resultado, às 3 da manha, estava a pobre da Roxana a telefonar para os hospitais a perguntar se havia gringos.

quando chegaram, não só não quiseram pagar o hostel, não sei porquê, como fizeram uma fita à Roxana, sem razão nenhuma...

A Bolivia, como tinha dito, pode ser tão selvagem e cruel, como calorosa, charmosa e linda. Para mim, é dos países mais bonitos que vi, com as gentes mais simpáticas e genuinamente preocupadas...

This is Bolivia...
um chocolate quente numa noite gelada...
... uma noite gelada sem chocolate quente...

This is bolivia... Assalto à mão armada!

Pois é, viagens destas já se sabe. Estou em Sucre, uma cidade grande aqui na bolivia. A cidade é bem bonita, cheia de historia, muito colonial, tranquila.
Ontem, eu e a Cristina, uma Madrilena que conheci em Potosi (a cidade onde estive antes de Sucre, a mais alta do mundo, começando nos 4000 m) fomos dar um passeio de mota. Como só tenho um casco, decidimos ir os dois sem capacete e ainda bem, já vão ver porquê.
Pedi um mapa local no hostel, tirei as malas da mota, o deposito de gasolina, o pneu, tudo menos a top case, onde metemos umas empanadas um sumo e mais algumas coisas para comer. Eram 11:30 da manhã quando arrancamos.

O passeio tinha como destino, umas cataratas, as 7 cascadas, um local bem turístico, a 8 Km's da cidade, para norte.
Encontrar a estrada que saía de sucre para as cascadas foi bastante fácil. Logo acaba o alcatrão e começa os famosos caminhos de cabras da Bolívia, mas este até nem era muito mau. Andamos, andamos, o caminho até estava a ser simpático, boa vista, como íamos sem capacetes, íamos devagar, dava para conversar, andamos bem mais que os 8 Km's para as cascatas. Quando já tínhamos tirado algumas fotografias, visto bem a vista, voltamos para trás, deixei a mota um pouco longe, e entramos no leito de um rio, meio seco, a pé, onde nos disseram que seriam as cascatas.

Andamos, andamos, andamos, passamos umas senhoras que lavavam a roupa no rio quase seco, subimos descemos, tudo lenta e cuidadosamente, para não nos espetarmos.
Lá chegamos à primeira cascata, pequena e quase sem agua... foram mais ou menos 45 minutos a andar no leito do rio seco.
Subimos umas ravinas, e demos com a segunda e terceira cascata, também quase secas e muito pequenas. Nada de especial...
Almoçamos aí, tranquilos, sem rigorosamente ninguém num raio de 30 minutos a pé.
Subimos mais uma ravina, para tentar ver as restantes cascatas... nada de especial, com pouca agua e muito lixo...
Aproveitamos para tirar mais umas fotografias e como o sol já estava a desaparecer, decidimos voltar...


estávamos a descer a primeira ravina quando...~~

-Olá! diz a Cristina a um gajo
não responde, mas era estranho, tinha uma coisa na boca, tipo um pano a tapar...

também digo olá e ele murmura qualquer coisa...

quando reparo na mão vejo que o gajo tem uma pistola na mão direita, a qual abana enquanto diz algumas coisas que ainda não estou a perceber bem.
Alguns segundos mais tarde, PAMMM percebo o que se está a passar... Estamos a ser assaltados, com uma pistola, no meio do nada.

Estamos perdidos....

Tinha o saco de deposito da mota, usando-o como mochila, no meu ombro e o gajo sempre a dizer para dar o saco e manter afastado.
A Cristina tinha uma mochila às costas... sempre a falar com ele, '...tens fome?' temos comida, queres sumo?... eu calado que nem um rato, incrédulo com a situação.
o gajo revista o meu saco de deposito, tirando coisas, umas para os bolsos, outras para o chão. Lá vê a maquina fotográfica e começa a pedir outra.
A Cristina, que tinha tirado as fotos com a maquina dela, não era pequena, tinha-a guardada na sua mochila. Enquanto falava com ele no seu perfeito espanhol europeu a acalmá-lo conseguiu com a maior frieza, por a mão na mochila, tirou a máquina grande e a bolsa com tudo o que era documentos importantes e dinheiro e escondeu nas costas.... O gajo viu movimentos atrás das costas dela e perguntou o que se passava...
Sabem o que a brava Cristina se lembrou ? com uma pistola apontada, na Bolivia, no meio do nada?

-Tenho caca, tenho caca - diz a Cristina, com uma mão atrás das costas a esconder a maquina fotográfica, e com a outra na barriga a fazer movimentos circulares!!! incrível o que o espírito humano e algumas pessoas conseguem fazer, sob risco de vida!!!
Continuava com a pistola na mão, a qual a Cristina pediu gentilmente para ele a guardar. O gajo mete a pistola nas calças, enquanto continuava a revistar o meu saco de deposito, sempre a dizer, queiro plata, mas plata, quiero droga, onde está la droga.
-No temos señor, no temos!! diz cristina com sua doce voz, sempre a acalmá-lo...
-Quiero plata, sabem para quê? para droga, quiero droga!!!

com a minha máquina fotográfica na mão, pede outra, a qual a Cristina responde que não tínhamos, só tínhamos uma e eu assenti e repeti, so temos uma, só temos uma.
-Mas esta plata no chega para nada, quiero más plata... a Cristina sempre a acalma-lo explica numa voz terna que estávamos a passear e não tínhamos mais nada ali, connosco.
Depois de revistar o meu saco de deposito, passa à mochila da Cristina, agora já sem documentos nem a máquina fotográfica dela...

A Cristina sempre a falar com ele, gentilmente, a acalmá-lo... Então o gajo percebe o sotaque espanhol europeu e começa a balbuciar... 25 de mayo... españa... não percebi bem essa parte, mas explicou depois a Cristina, que o gajo a estava a acusar das merdas que os espanhóis fizeram à Bolivia, no passado... DROGADO, FRUSTRADO, NO MEIO DO NADA, COM UMA PISTOLA...
Depois de revistar toda a mochila da Cristina e muita calma da parte da Cristina, lá o convenceu a não nos matar, não nos tirar tudo e nos deixar ir embora... GRANDE CRITINA :)
em passo rápido e descuidado, voltamos pelo rio seco e ravinas, agora sem cuidado nenhum, apanhamos a mota, que entretanto como não tínhamos capacetes connosco, o gajo não percebeu que a tínhamos e bazamos.
Já no hostel, estávamos os dois completamente parvos, só dizíamos merda e gargalhadas... fomos jantar sushi, mal acabamos, com a ressaca da adrenalina, ficamos a morrer de cansados.


This is Bolivia...


Estas fotos foram as que se salvaram do dia do assalto, 'one milion euro fotos'... com a genialidade da Cristina:









sexta-feira, 12 de junho de 2009

This is Bolivia…

Em conversas com os meus amigos, tanto o Pablo como a minha ‘familia’ Mendonzina, bolivia seria a meca. Teria tanto de bonito como de dificil. Todos me disseram, não vas sozinho, não é execuivel ir sozinho, tanto pelos problemas mecanicos que terei de certeza, como pela dificuldade das estradas whana be.

Pois é, estou na bolivia há 1 semana, e confirma-se.

Primeiro dia, de san pedro do atacama, para a bolivia, poucos km’s de estrada chilena, optima, de alcatrão em muito bom estado. A estrada continua em frente, e temos uma placa a dizer Bolivia para a esquerda. Imaginem… de ripio. Lá vamos nos, passamos a fronteira, os guardas muito simpaticos.





30 km mais à frente de estrada merdosa, cheia de buracos, poços de areia, terra, saltos, pedras mesmo grandes… umas termas naturais, mesmo junto ao caminho que estavamos a fazer. Já tinhamos planeado parar um pouco lá, tomar um banho nas aguas quentes e ricas em minerais termais.

O Owen e o Pete já de fato de banho vestido, preparados para entrar, quando olho para a minha mota…

Um furo … f%$# 30 Km’s ???? como 30 km de bolivia com direito a um furo???? JÁAAAA ????? Na p%## da roda de trás, aquela que não tirei, não treinei, e que segundo o Pablo era muito mais dificil de mudar. F&$%& … Ca%#%#...

Tinha uma chave de parafusos inteira dentro do pneu


Caga lá nas termas, na meia hora que tinhamos para relaxar e mãos à obra… ah, isto tudo nos famosos 4500 m de altitude, onde 20 passos são uma tarefa herculeana.

Tinha uma chave de fendas inteira dentro do pneu, um buracone gigante, tanto na camera de ar, como no pneu em si. Depois de uma reunião geral entre os 3, chegamos à conclusão que seria mais seguro por o pneu novo que tinha comprado na argentina, pois o buraco era grande de mais.
Descanso central posto , ferramentas de fora, e vai de sacar a coisada.

Puxa daqui, tira dali, força aqui e la sai a roda. Eu, o único que tinha tido uma lição práctica de mudar a camara de ar, começo a tentar tirar o pneu da jante… seria simples, na da frente foi. Uns saltinos em cima do pneu e este descolava da jante, certo ?? no da frente, em casa do Pablo, foi fácil… este CabR#%$& do de trás, muito mais grosso, não quer dar de si… nem os 90 Kg do Pete o convenceram a saltar fora…


Ideia genial do Owen, usar o descanso da mota dele como alavanca para arrancar o pneu da jante… O cabr”#$% do pneu, ao ver os 200 Kg da mota, condensados numa minuscula superficie que é a ponta do descanso, cagou-se todo e descolou logo!!!

Primeira tarefa conseguida, pneu descolado da jante. Agora com as alavancas próprias para o tirar da jante, aquilo que já tinha feito com o da frente, tiro todo um lado…

Ok, agora tenho a camara de ar acessivel, que para mudá-la é o suficiente, mas como queremos tambem mudar o pneu, tenho que tirar o outro lado.

Dito assim pode parecer fácil, mas só tinha tido lição de mudar a camara de ar, não o pneu, e só do da frente.

Relembro que estamos a 4500 m de altitude, onde ir mijar ao arbusto mais proximo, é um problema…

Três gajos, um pneu teimoso, uma jante agarrada com unhas e dentes, meia liçao de como muda-lo, 4500 m de altitude e na famosa bolivia onde não há nada… Isto promete, ai promete promete!

Porrada para cima, para baixo, do lado, pontapés, (sim isto não é como o windows em que um simples botão de reset resolve 90 % dos problemas)
Lá conseguimos tirar o pneu, pôr o novo… e agora, com metade do pneu posto na jante, vem a camara de ar:

Pipo tem que entrar no buraco, assim dizia Pablo… e sem dificuldade nenhuma o fiz em casa dele…
4500 m, e a merda do pipo não entra no buraco, porque este pneu é mais fino que o de origem, então não conseguimos meter as mãos de maneira a agarrar o pipo por dentro e mete-lo no buraco… Aiiii o C#$#$%$& …

Resumindo, muita porrada, paciencia, tempo, lá temos o pneu cheio e pronto.
Um grande abraço a três, mesmo sentido, com direito a grande festa...

Durou pouco, olhamos os 3 para o lindo, novo, cheio, reluzente pneu, mas…
F$#$% está lindo, reluzente, cheio, como num pedestal… falta algo, ele onde estava, lindo, relzente, cheio, magnifico, não ia a lado nenhum… nem a mota, sem ele, no seu descanso central, nua, fria, triste, incompleta…

Ca#$$%#%!!!v agora deve ser mais ou menos fácil, só fazer o contrario do que fizemos para desmontar.

-Alguem se lembra de onde este espaçador saíu ??? pergunta Pete.

- Ummmmm não sei, respondemos ambos… havia mais uma quantidade de coisas de fora, que nenhum de nós reparou bem como tinha tirado, tal era a gana…

Bem, este foi o menor dos problemas, 5 min a olhar e lá descobrimos como se montava.
Como disse, o furo foi no meio de uma estrada, wanna be… O que deu direito a que o descanso central enterre todo nas suas entranhas, e de maneira assimetrica.
Agora temos a mota nua, triste, incompleta e o pneu lindo, brilhante, enpedestalado, cheio, novo…

Como se mete o pneu na mota, que esta toda desiquilibrada, sem espaço para o novo pneu entrar, mais alinhar o disco do travão com as pastilhas que teimavam em saltar, com a cremalheira que tambem teimava em saltar, com a corrente, o espaçador do eixo, o protector da corrente, os rolamentos… a mota torta, sem espaço para o novo pneu, mais alinhar o disco do travão com as pastilhas que teimavam em saltar, com a cremalheira que tambem teimava em saltar, com a corrente.. ups estou-me a repetir, deve ser DA MERDA DA ALTITUDE, DOS 4500 m, que deixam desorientado, cansado, sem capacidade de pensar…

Àh como se não bastasse, os senhores engenheiros da BMW não conseguem fazer a mota LEVE!!! SÃO 300 Kg com as malas (que a altitude não tinha dado asas ao brilhantismo de ter tirado as malas antes)…
Malas fora, muita paciencia e esforço e la está tudo em ordem. 2 horas voaram…

Siga:
Mais estrada wanna be, com partes muito más mesmo. Hora passa, mais outra, mais outra e chegamos a uma bifurcação, para um lado, um refugio, onde todos os tours de 4x4 param para descansar, antes da proxima povoação, e para o outro lado o caminho para onde queriamos ir, Villa Mar.

Umas perguntas a um 4x4 passageiro, e foi tomada a decisão de seguir para a villa, são 50 Km’s e vamos ganhar um dia.

Siga:
Mais estrada wanna be, com partes muito más mesmo (lá vem os 4500 m a fazerem-me repetir… ou serão os 30 anos???)
GPS não marca nada e começamos a ver muitas bifurcações… exponencial, 2, dessas duas da mais duas, mais duas, mais duas, mais duas… horas passam e … sol vai…

-Alguem sabe onde estamos ????
F#%% ESTAMOS PERDIDOS!!!!

Estamos com muiiitoooo frio, pouca gasolina, perdidos, sem sol, sem comida, o GPS sem nada e o caminho é despromovido a caminho de cabras, com a agravante de ter GELO. Passamos alguns caminhos, que nem um jeep passa.
Como se não bastasse, há rios na região, alguns… AHAHAHAHAHAH só da para rir PONTES NEM VÊ-LAS

Recapitulando:

2 horas a mudar um pneu teimoso, 4500 m de altitude, algumas horas de condução em caminhos de merda, temperaturas negativas, perdidos, sem gps, sem comida, noite, pouca gasolina, Rios (esqueci-me de dizer que estavam congelados, ou seja, não fazes PUTO IDEIA DA PROFUNDIDADE DO DITO, passamos alguns 4, com a pura fé, ou vai ou racha), várias horas de condução muito, muito, muito desgastante…

This is bolivia…

9 da noite, 10 horas de condução e duas de mudar pneu e mais aquilo tudo que disse… vamos acampar… há mais probabilidade de passar um carro amanha para nos dar algumas indicações.

O Pete quis forçar, eu estava neutro e o Owen, que entretanto tinha caído forte e feio e não conseguia mexer o pé, pois ficou por baixo de uma das malas quando caíu (ah tinha esquecido esta… não é relevante, pois não ??? F%$%)
Lá fomos parar a uma vila que consistia em 4 casas sem electricidade.
Deu para dormir, jantar pouco, e uns litrinhos do ouro negro, por estes lados mais raro que uma pedra lunar.

This is Bolivia…

2º dia, a passar um rio, a minha querida mota fica enterrada até ao motor, em lodo, daquele que faz vacuo… mais 2 horas para tirar a mota de lá, atamos as fitas todas umas às outras e à mota do Pete, lá deu para arrastar a mota para fora.. Muito muito muito esforço, outra vez, com os nossos queridos 4500 m sempre a zumbirem na cabeça.

This is Bolivia…

Mota enterrada no rio cheio de lodo


Lá chegamos ao destino San Cristobal… maior, já com electricidade, ficamos num quarto mais parecia uma prisão, mas soube a pato… o pior foi o dinheiro.. pequeno pormenor que não nos lembramos.. NÃO HÁ atm’s, não temos dinheiro, precisamos de gasolina, comida, pagar dormida… etc…

Passamos fome nessa noite, pois sem gasolina é que as motas não andam (tambem passamos frio, MUITO).

Dia seguinte, sem pequeno almoço, cheios de fome, lá arrancamos.

This is Bolivia

Chegamos a Uyuni, sem problemas de maior, só muito cansados da wanna be’s, fome, altitude…

This is bolivia…

Já estou cansado (estou neste momento na cidade mais alta do mundo, mais de 4000 m , Potosi)

Depois conto mais…

This is Bolivia…


Quando chegamos à vila no primeiro dia estava tão cansado, que deixei cair a mota...




Um dos rios que passamos, no segundo dia, este tranquilo...


Quem se perde no deserto... morre...

quarta-feira, 3 de junho de 2009

Deserto do Atacama e Bolivia

Vou ser rápido, estou sem tempo...
Prometo depois fotos; inacreditaveis da travessia dos andes, cheguei a estar a 4800 m com -5 c Foi LINDOOOO

Estou agora em sao pedro do atacama e amanha partimos para a parte mais dura da viagem: Bolivia.

E digo partimos porque estou com 2 australianos que conheci ha um mes e meio atras em Buenos aires, e tambem estavam a fazer viagens a solo de mota... juntamo-nos os tres para passar a bolivia, que será mt mt mt mt mt mt exigente e duro, tanto para as maquinas como para os pilotos...

Fotos quando conseguir net!